Mais de 300 mil brasileiros foram vitimados por doenças do coração entre janeiro e outubro de 2022. Com a redução do número de óbitos em decorrência da Covid-19, o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto voltaram ao topo do ranking de causas mais comuns de mortes no Brasil, ainda no primeiro semestre. São mais de mil casos por dia, um a cada 90 segundos.O número alerta para a importância de medidas preventivas e do correto tratamento para aqueles com condições ou doenças que configuram fatores de risco — diabetes, hipertensão, obesidade e colesterol alto, além de maus hábitos como sedentarismo, tabagismo e má alimentação são os mais comuns.
Principais eventos cardiovasculares e seus sinais de alerta
Hipertensão
A “pressão alta”, como é popularmente chamada, acontece devido ao aumento da pressão arterial, o que pode influenciar no bom funcionamento do coração. Podem ocorrer enjoos, tonturas, visão embaçada, dor no peito, cansaço excessivo e dificuldades para respirar, mas esses sinais são pouco frequentes e normalmente não há sintomas. Por se tratar de uma doença silenciosa, consultar um cardiologista é especialmente importante para quem tem histórico familiar de hipertensão ou apresenta fatores de risco, como diabetes, sobrepeso e sedentarismo, bem como àqueles que consomem sal ou bebidas alcoólicas em excesso.
Infarto agudo do miocárdio
O infarto ocorre quando há perda súbita do fluxo de sangue para o coração. O principal sinal de alerta é a dor no peito, que se assemelha a uma pressão e irradia para as costas, ombros, braços e mandíbula. Em mulheres, pode haver falta de ar, sudorese, fadiga, náusea e tontura.
Acidente vascular cerebral (AVC)
O AVC pode ocorrer pela redução ou obstrução do fluxo sanguíneo no cérebro, prejudicando a circulação vascular na região (Acidente Vascular Cerebral Isquêmico) ou pelo rompimento de um vaso sanguíneo (Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico). Fraqueza nos braços, fala distorcida e a paralisia facial, que faz com que o rosto pareça "caído", são as manifestações mais comumente relatadas. Alterações visuais, confusão mental, tontura e perda de coordenação completam os sinais de alerta. Mulheres são mais propensas a apresentar sintomas menos comuns, como dores de cabeça, alterações motoras e sensitivas.
Endocardite
Consiste na inflamação do tecido que reveste internamente o coração, normalmente causada por uma infecção fúngica ou bacteriana — outras doenças, como as autoimunes, câncer e febre reumática também podem levar a um quadro de endocardite. Os sintomas não são imediatos, podendo surgir ao longo do tempo. Atente-se à febre persistente, suor excessivo, palidez, dores musculares, tosse e falta de ar. Perda de peso e sangue na urina podem ocorrer em casos mais graves.
Miocardite
Inflamação do músculo cardíaco que também resulta de um quadro infeccioso, frequentemente de origem viral ou quando há infecção avançada por fungos ou bactérias. Dor no peito, batimentos cardíacos irregulares, cansaço excessivo, falta de ar e inchaço nas pernas são sintomas prováveis.
Insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca é caracterizada pela incapacidade do coração de cumprir sua principal função: bombear sangue. Como resultado, todo o organismo pode ser comprometido. A falta de ar é o principal sintoma, mas dores de estômago, náuseas e problemas gastrointestinais, além de insônia, disfunção cognitiva e distúrbios de humor também podem ocorrer.
Arritmia cardíaca
A arritmia é uma alteração do ritmo do coração que faz com que ele bata mais rápido (taquicardia) ou mais lento (bradicardia). Justamente os batimentos irregulares são o principal sinal de alerta, normalmente sentidos pelo paciente. Fadiga, falta de ar e tontura também podem ocorrer. Sintomas menos comuns incluem dor no peito e desmaio.
Como se prevenir
A mudança de hábitos é a principal forma de prevenção. Uma alimentação equilibrada, somada à prática regular de atividades físicas, já faz toda a diferença. É claro, a redução ou interrupção do consumo de tabaco, álcool e outras drogas também é fundamental.Aqueles que apresentam fatores de risco devem fazer avaliação médica periódica com um cardiologista. Em caso de surgimento de um ou mais sinais de alerta, procure atendimento médico imediatamente.